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O que a moda tem a ver com machismo estrutural?

Mais do que a gente imagina.

Mas vamos começar do começo: já parou para pensar no que, de fato, é gênero? Segundo o Oxford English Dictionary (2007), gênero é o estado de ser masculino ou feminino, conforme expressado por diferenças sociais e culturais, em vez de biológicas. Isso significa que cada sociedade tem sua própria definição do que é feminino ou masculino. Um exemplo simples: até o começo do século XX, rosa era a cor dos meninos enquanto o azul, por ser mais feminino, era cor das meninas.

Hoje em dia, se você andar nos corredores infantis de uma loja de departamentos, é provável que encontre o seguinte cenário: As araras de roupas para meninas repletas de roupas cor-de-rosa e tons pastéis, estampas de flores, doces e bichos fofinhos, pelos, brilhos e tule e a seção de meninos cheia de roupas em tons de azul e cinza, estampas de animais selvagens, carros ou dinossauros e tecidos práticos ou esportivos.

E o que você tem a ver com isso?

Bom, primeiramente, não é o mercado que dita o que vai ser vendido, é o público consumidor. As roupas infantis refletem estereótipos de gênero porque eles existem normalmente na sociedade – e vendem. Quando os pais vão às compras, em sua maioria, buscam produtos que se adequem ao gênero dos filhos. E spoiler: somos uma sociedade que ainda impõe restrições para “o que é de menino” e “o que é de menina”

A boa notícia é que a última onda de movimentos feministas vêm mudando a forma como enxergamos as meninas.

Hoie em dia elas já têm liberdade para se vestirem com roupas menos estereotipadas, que carreguem estampas como “lute como uma garota”. Elas também têm mais liberdade para brincarem e se vestirem como super-heróis e super-heroínas, para praticar esportes como futebol e artes marciais, sem serem julgadas por isso.

A má notícia é que ainda falhamos com nossos meninos.

Como sociedade, ainda julgamos meninos que gostam de cor-de-rosa, flores e estampas delicadas. Que brincam e se vestem como princesas ou praticam ballet. Atrelamos diretamente seus gostos femininos à falta de masculinidade, ou até mesmo à sua orientação sexual. A masculinidade frágil continua a ser a regra desde a infância, pois ainda somos uma sociedade de base machista: o que é considerado masculino é bem aceito, seja para meninos ou meninas, mas o que é considerado feminino tem menos valor, devendo ser evitado.

E o que podemos fazer pra mudar isso?

É preciso ter em mente que mudanças estruturais são, em geral, mudanças de longo prazo, e passam pelo árduo caminho da educação. Precisamos mudar a nós mesmos – analisar nosso comportamento, rever nossos preconceitos – para que seja possível mudar as próximas gerações, criando meninos e meninas que tenham espaço para ser, de verdade, o que quiserem, e não apenas se enquadrarem nas fôrmas de gênero da sociedade.

Sendo assim, podemos:

  1. Prestar atenção ao comprar uma peça de roupa ou brinquedo para uma criança, avaliando se o produto perpetua algum preconceito de gênero;
  2. Dar preferência a lojas e marcas que passem longe de estereótipos;
  3. Oferecer todas as opções as crianças, tanto de brinquedos quanto de roupas;
  4. 4.Intervir em diálogos machistas que se desenrolam sutilmente entre adultos e crianças (como “isso não é coisa de menina/o”), explicando à criança o porquê de aquilo estar errado.

Já parou pra pensar nisso? Qual sua opinião sobre o tema? Esse texto é da nossa seguidora e amiga Ana Sofia (quem assina a news já teve o prazer de ler outro texto dela que recomendamos) e é apenas um recorte de um assunto muito complexo.

Conta pra gente o que você pensa sobre o assunto?

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